A tua pele ainda me veste
Fogo que abrasa, todo nordeste
Eu, retirante de outra sede,
Cruzando espinhos do seu agreste
Já não existe quem me conhece
Sigo o contrário do que se deve
Gibão de couro, que o tempo leve
Guarda na terra, depois esquece
Quem me adivinha, nem mesmo sabe
De onde venho, da minha sorte
Mar do futuro que beija a tarde
Molhando a areia, matando a morte
Pra onde vou, você não cabe
E essa palavra que me conforte
O mundo, antes de mim, covarde
Mas eu, antes de tudo, um forte