Na casa velha, de paredes de madeira,
Uma tevê em preto e branco era um altar
Na quarta-feira, era sagrado, era cinema
A gente via um bang bang a se filmar
Olhos parados com estirpe de mocinho
Que a gente ia, no outro dia, imitar
A cavalgar um imaginário Ventania
No outro dia, ah, outro dia


Um Morricone, trilha sonora nas veias,
Mudou as coisas, colorindo o pop star
Adeus herói, eu já cresci, idade meia,
Bye bye caubói, só deixe a música tocar
Mas e a casa de madeira, velho oeste
Que diligência da história vai levar?
A distanciar, toda saudade me atira
É outro dia, ah, outro dia


Hoje me sinto feito um velho bandoleiro
Sem rumo certo, piso a areia do lugar
É movediça, escorrega o pensamento
Carrega o tempo que não para de passar
Eu desliguei meu faroeste, não compensa
Soprou o vento que eu devia desmontar
Cantando léguas, doce vida, vida minha
Outro dia, ah, outro dia

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