Ou o medo ou a coragem
Ou a saudade e o tempo
Ou viver sem ser metade
Ou o amor ou o silêncio
Ou rabisco poesia
E apago a fantasia
Ou abraço essa demora
E esqueço que sabia

(Ninguém direito me vê
Quero neblina no meu ser)

É viver para ter pouco
Ou morrer sabendo tudo
É calar o seu presente
E recontar o seu futuro
É cuidar dos seus errados
Amar esses seus pecados
Ou sou uma letra muda
Fabricando dicionários

(Ninguém direito me vê
Quero neblina no meu ser)

Viver é deixar por entre
Os dedos caindo areia
Nesse mar de olhos turvos
De ciganos, de esguelha
Ou o livro tão roído
E os capítulos perdidos
Ou deixar tudo em retalhos
Disfarçados, percebidos

(Nnguém direito me vê
Quero neblina no meu ser)

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